sexta-feira, 16 de abril de 2010

Chopin e Schumann "Poetas do Piano"

Conta a história que os 'poetas do piano' Frédéric Chopin e Robert Schumann não eram lá grandes amigos. Não que Schumann não tivesse tentado estreitar os laços de amizade, longe disso. Ele, inclusive, foi um dos principais responsáveis por tornar Chopin conhecido em toda a Alemanha, ao enaltecer o seu talento em artigo para um jornal musical. Os elogios não eram correspondidos. Chopin nunca foi um grande entusiasta das composições de Schumann. Essa é apenas uma das curiosidades que cercam a vida desses dois expoentes da música clássica, nascidos há 200 anos e símbolos do Romantismo do século 19.
Chopin era polonês – embora tenha vivido em Paris desde os 20 anos – e veio ao mundo em 1º de março de 1810. Schumann nasceu em 8 de junho na cidade alemã de Zwickau. Chopin era um menino prodígio e já compunha aos 7 anos. Schumann dedicou-se à música a partir da segunda década de vida, quando já era um talento também na poesia. Chopin tinha tuberculose desde a adolescência, embora um estudo de 2008 garanta que, na verdade, tratava-se de fibrose cística. Schumann abusou dos charutos e das bebidas.
Românticos, o amor é um capítulo à parte na história dos dois pianistas. Chopin ligou-se aos 26 anos com a baronesa Dudevant, famosa escritora conhecida pelo pseudônimo masculino de George Sand e que escandalizava a sociedade com trajes masculinos e inúmeros amantes, incluindo a atriz Marie Dorval, como relatam algumas biografias. Turbulento, o romance durou dez anos. Durante esse período, Chopin compôs algumas de suas mais brilhantes obras, como a Op. 53: Polonesa "heróica", Op. 35: Piano sonata em Si bemol menor, os prelúdios, entre outras. Mas, se tratando de Chopin, o mundo moderno se rendeu definitivamente aos seus Noturnos, em especial ao Op. 9 N.º 2.
O conflito amoroso não é diferente na vida de Schumann. Em 1840, ele se casou com a jovem pianista Clara Wieck, com quem teve oito filhos e uma relação difícil. Nesse período, o alemão compôs inúmeras peças, como Arabesco em Dó maior, Op. 18, Kreisleriana – Fantasia para piano e Orquestra em Lá menor, Op. 54.
Intensos na vida e trágicos na morte: Chopin, com o pulmão devastado, foi vencido pela doença em outubro de 1849, aos 39 anos. Schumann viveu sete anos a mais, mas tentou suicídio, perturbado por uma séria inflamação do ouvido e dizia ouvir a nota Lá em todos os lugares. Depressivo, morreu em um asilo para doentes mentais em junho de 1856, aos 46 anos.

Fonte: Revista da Cultura de abril
enviado por e-mail por Milena Morozowicz

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