Ludwig van Beethoven
1770-1827
Ludwig van Beethoven Nsceu em
Bonn,
16 de dezembro de
1770 e faleceu em
Viena,
26 de março de
1827. Compositor
alemão, do período de transição entre o
Classicismo (
século XVIII) e o
Romantismo (
século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. “O resumo de sua obra é a liberdade,” observou o crítico alemão
Paul Bekker (1882-1937), “a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida.”
Curiosidade sobre
Ludwig van Beethoven
Devido à sua tez morena e cabelos muito negros, tratavam-no de "o espanhol".
Dentre seus problemas de saúde, ficou com o rosto marcado pela varílola.
Otto Maria Carpeaux, na sua obra Uma Nova História da Música, afirma que Ludwig assistiu à primeira apresentação pública da sua nona sinfonia ao lado de Umlauuf, que a regeu - como ficou registrado por Schindler e mais tarde por Grove -, mas abstraído na leitura da partitura, não pôde perceber que estava sendo ovacionado até que Umlauuf tocando no seu braço, voltou a sua atenção à sala, e então Beethoven inclinou-se diante do público que o aplaudia.
Hans von Bülow refere-se a Beethoven como um dos "três
Bs da música" (os outros dois seriam
Bach e
Brahms), considerando as suas 32
sonatas para
piano como o
Novo Testamento da
música.
Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven Mozart mas não existe nenhum facto histórico que possa comprovar esta hipótese. No entanto, existem histórias de seu encontro, como por exemplo, uma que refere um Mozart absorto no seu trabalho, na composição de Don Giovani, que não terá tido tempo de lhe prestar a devida atenção. Uma outra, bem mais interessante, relaciona, não só o seu encontro, como o seu envolvimento, ao qual se refere a seguinte frase:
"Não o percam de vista, um dia há-de dar que falar." Mozart sobre Beethoven
Sonata Op. 10 n. 3
Com essa
sonata,
Beethoven voltou a fórmula de quatro
movimentos, sendo o primeiro rápido, o segundo lento, o terceiro uma dança e o quarto
presto. Essa sonata também foi dedicada à condessa Browne, a "
Condessa dos Op. 10". E traz uma energia contagiante do início ao fim. Nessa sonata, Beethoven deixa à mostra uma pequena parte do que viria ser mais tarde a sua linguagem revolucionária para o instrumento.
Presto: Primeiro movimento.
O primeiro movimento abre com
oitavas ascendentes, numa
abertura sem maiores introduções. Algo como - Cheguei, estou aqui! O primero
tema segue com um jogo de
piano-forte entre as seções. O segundo tema apresenta a já tradicional
melodia na mão direita e o
acompanhamento na esquerda.
Modulação para Lá maior, e uma pré-indicação do que seria mais tarde a
Waldstein lá pelo
compasso 55. O movimento é longo, assim como a sonata. As principais dificuldades aqui estão nas
oitavas constantes , nos
acordes quebrados (movimento de rotação do pulso é fundamental) e na atenção em não correr demais. O movimento é
presto, mas se for executado muito rápido, perde toda a tensão
rítmica, que é essencial. O final da
Exposição funciona como uma ponte para a repetição da mesma ou para o
desenvolvimento. Em outras palavras, não se percebe onde a seção acaba. O primeiro movimento é cheio de nuances, com partes rápidas e energéticas, partes como se fosse um
coral e até um pouco de sonoridades "
impressionistas" no final.
Largo e maesto: Segundo movimento.
O segundo movimento (
Largo e Mesto) tem uma figura rítmica interessante. O movimento é em
compasso composto (6/8 e traz
acentos no primeiro, terceiro, quarto e sexto
tempos. Aqui Beethoven também explora o seu talento em
improvisação, modificando o tema melodicamente ao longo do movimento. Os acentos (
fp) aparecem por todos os lados, e Beethoven chega até mesmo a colocar
ffp, para acentuar ainda mais o efeito desejado. O final é bem "pastoral" com a música se diluindo até o ré no
baixo.
Menuetto: Allegro: Terceiro movimento.
O terceiro movimento é um
minueto com muitas
síncopes, acentuando o ritmo característico da
dança. No meio do minueto, Beethoven apresenta uma característica que ele próprio exploraria ao extremo em obras futuras: o
trinado contínuo sobre uma melodia (ou fragmentos de melodia). Em suas últimas sonatas, Beethoven utiliza esse artifíicio do trinado continuo para criar uma atmosfera especial, assim como em muitas de suas
cadências para concertos. O
trio é fluido (como os trios anteriores) e explora a técnica das "
três mãos" que falamos anteriormente. A dificuldade é exatamente criar a fluidez necessária ao movimento sem interromper a linha melódica.
Rondo:Allegro: Quarto movimento.
O final é muito interessante. Beethoven usa uma fórmula rítmica (usada mais tarde por
Brahms em seu
scherzo) no inicio, com três
semicolcheias sendo que a segunda cai no primeiro tempo do
compasso. O movimento é cheio de dificuldades técnicas, com
escalas,
arpejos,
acordes quebrados (
baixo alberti) entre outras coisas. Assim como no primeiro, o pianista que tocar esse movimento muito rápido vai cair no erro comum de escolher velocidade ao invés de tensão rítmica. Ao longo das páginas do último movimento, encontramos várias seções, várias partes, com idéias diferentes. O que é fácil para dividir e estudar, é difícil para tocar como um todo.