terça-feira, 28 de abril de 2009

Um pouco sobre o clarinete


O clarinete, ou a clarineta, é um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira, então ele faz parte da família das madeiras. ((já foram experimentados modelos de metal), com uma bocarra cônica de uma única palheta e chaves “botões” metálicos, servem para tapar orifícios aonde os dedos não chegam). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo. Quem toca o clarinete é chamado de clarinetista.
O clarinete é um instrumento musical considerado por muitos um instrumento unicamente de “Música Erudita”. Mas isso não é verdade. O clarinete é um instrumento muito versátil e é utilizado em vários estilos musicais: Música Rota, Música Romântica, Jazz, Blues e muito mais.
O clarinete é um descendente da charamela, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade média. Em 1690, Johann Christoph Denner, charamelista alemão, acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão esquerda, para que assim pudesse tocar numa abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu, assim, o clarinete contemporâneo. Introduzido na orquestra em 1750. Foi um dos últimos instrumentos de sopro incorporados à formação orquestral moderna.
Os clarinetes são tradicionalmente feitos de ébano, granadilho, ebonite, sendo as boquilhas geralmente construídas de plastiscina. O som é produzido devido à vibração da palheta (uma lâmina feita de cana), provocada pelo sopro do clarinetista.
O sistema de chaves mais comum é o Boehm, projetado por Klosé. Outro sistema é o Oehler, que é usado principalmente na Alemanha e Áustria.
O clarinete tem cinco partes, que são: a boquilha, o barrilhete, o corpo superior, o corpo inferior e a campana.
Boquilha: é a zona do clarinete onde se sopra. Usa-se uma palheta (feita de cana, que vibra com a passagem do ar), produzindo som.
Barrilhete: dá algum tamanho ao clarinete. É usado para a afinação. Quando o clarinete está “alto”, puxa-se o barrilhete para cima, mas caso contrário, põe-se o barrilhete para baixo.
Corpos -superior e inferior- estes corpos são onde estão localizados os buracos e chaves onde se toca. O som fica diferente à medida que se mudam os dedos de posição, fazendo com que o ar saia por buracos diferentes.
Campana: A campana é o “amplificador” do clarinete.

Programa do Concerto do dia 29 de abril

Música na Escola de Música
Apresenta


Johnson Machado, clarineta
Günter Bauer, piano
Dia 29/04 – 09:20



Johnson Machado, professor recém empossado na EMAC/UFG. Desde Agosto de 2005 realiza o Doutorado em Música (Performance) pela The University of Kansas/EUA, sob orientação inicial do Dr. Larry Maxey, e, posteriormente, da Dra. Stephanie Zelnick, como bolsista da Capes/Fulbright. Possui o Mestrado pela The University of Miami/EUA, a Especialização na Escola de Música da UFRJ e o Bacharelado pela Universidade de Brasília. Estudou no Conservatório Alberto Nepomuceno (Fortaleza) e no Conservatório de Tatuí (SP). Teve como professores os clarinetistas José Carlos de Castro (RJ), Nivaldo Donegá (SP), Luis Gonzaga Carneiro (DF), José Botelho (RJ), Margareth Donaghue (EUA), Steve Cohen (EUA) e Paulo Sergio Santos (RJ). Master class com Elsa Verderhn, David Shrifin, Maurita Mead, Loren Kitt, Paul Garner e Michael Wayne. Finalista no Concerto Competition, Carolina do Norte/EUA (1997); 1º lugar no Concurso da Escola de Música da UFRJ (1993); Participante, entre os dez selecionados, do 1º Concurso para Jovens Intrumentistas de Orquestras - Art’s Academy di Roma & MEC (1990); 2o lugar no Concurso Jovens Instrumentistas (1989) em Piracicaba/SP; Já se apresentou como solista da Orquestra Sinfônica da UFRJ, da Ofes e da Camerata Espírito Santo (ES). Músico convidado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília, da Ofes, Professor da Fames, bem como participante do ClarinetFest2008, promovido pela International Clarinet Association, em Kansas City/EUA.

GÜNTER BAUER - Pianista, compositor e pedagogo, natural de Steyer, Áustria. Formou-se na Escola Superior "Mozarteum" de Salzburg, Áustria (piano com Heinz Scholz e Kurt Neumüller, composição com Helmut Eder, pedagogia com Anton Dawidowicz e Ernst Ludwig Leitner, Mestrado em Artes), e na Universidade de Salzburg (musicologia com Gerhard Croll e Nikolas Harnoncourt). Estudou música sacra na Escola Superior de Música e Artes Cênicas de Graz, Áustria. Como intérprete, apresentou-se em vários países da Europa, Ásia, África e América do Sul, trabalhando principalmente música de câmara (trio com piano e outras formações com cordas e sopros, bem como companhamento de Lied). De 1976 a 1978 foi cravista da orquestra de câmara "Camerata Acadêmica" do "Mozarteum" de Salzburg. Em 1985 foi nomeado diretor artístico do "Conjunto Austríaco de Música Contemporânea" (Österreichisches Ensemble für Neue Musik). A lista de suas composições abrange obras para orquestra, conjuntos de câmara, piano, e obras vocais. Recebeu prêmios dos Geverno Federal da Áustria (Viena) e do Governo Estadual de Oberösterreich (Linz). De 1975 a 1997 foi professor da Escola Superior Mozarteum de Salzburg, onde ensinou harmonia, contraponto, formas musicais, piano e interpretação musical. Desde 1997 reside em Goiânia, onde atualmente é professor de composição na Escola de Música da UFG. Faz pesquisas sobre as influências mútuas entra a música brasileira e a música européia. Tocou vários recitais em Goiânia. Participou no 2º e 3º Festivais de Artes da cidade de Goiás, como concertista e docente.


PROGRAMA


F. Mendelssohn (1809-1847)
Sonata em mi bemol para clarineta e piano
Adagio
Allegro moderato
Andante
Allegro moderato

H. Klosé (1808-1880)
Fantaisie dramatique para saxofone alto e piano
Allegretto
Allegro moderato
Allegro vivace
Allegro non troppo

K. Penderecki ((1933-)
3 miniaturas para clarineta e piano
Allegro
Andante
Allegro ma non troppo
F. Poulenc ((1899-1963)
Sonata para clarineta e piano
Allegro tristemente
Romanza
Allegro con fuoco

Um pouco sobre o Piano


Piano é um instrumento musical de corda percutida. Também é definido modernamente como instrumento de percussão porque o som é produzido quando os batentes, cobertos por um material macio e designados martelos, e sendo ativados através de um teclado, tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou metal. As cordas vibram e produzem o som. Como instrumento de cordas percutidas por mecanismo ativado por um teclado, o piano é semelhante ao clavicórdio e ao cravo. Os três instrumentos diferem, no entanto no mecanismo de produção de som. Num cravo as cordas são beliscadas. Num clavicórdio as cordas são batidas por martelos que permanecem em contacto com a corda. No piano o martelo ressalta de imediato após tocar nas cordas e deixa a corda vibrar livremente.
Embora seja definido modernamente como um instrumento de percussão, o piano não pode ser considerado desta maneira, pois não possui função rítmica, além disso, instrumentos de percussão não permitem a execução da escala musical.
O pinaoforte é uma invenção do italiano Bartolomeo Cristofori de Florença. Sabe-se que inventou um cravo que toca suave (piano) e fortemente por volta de 1698. Os pianos mais antigos que ainda existem datam da década de 1720. A invenção do piano beneficiou de muitos anos de existência do cravo, para o qual se conhecia bem a acústica e os materiais. O próprio Cristofori era fabricante de cravos.
O grande êxito de Cristofori foi ter conseguido resolver, pela primeira vez, o problema mecânico fundamental do piano: os martelos devem tocar nas cordas, mas retirar-se imediatamente (senão o som seria abafado), sem balançar e possibilitando repetições rápidas de pressão sobre a mesma tecla.
Tipos de piano
Existem duas versões do piano moderno: o piano de cauda e o piano vertical (de armário).
O piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas horizontalmente. Necessita por isso de um grande espaço, pois é bastante volumoso. É adequado para salas de concerto com tetos altos e boa acústica. Existem diversos modelos e tamanhos, entre 1,8 e 3 m de comprimento e 620 kg.
O piano vertical tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em metal ou madeira. Os martelos não beneficiam da força da gravidade.
Pode-se considerar outro tipo de piano: o piano automático ou a pianola. Trata-se de um piano com um dispositivo mecânico que permite premir as teclas numa seqüência marcada num rolo.
Alguns compositores contemporâneos, como John Cage, Toni Frade e Hermeto Pascoal, inovaram no som do piano ao colocarem objetos no interior da caixa de ressonância ou modificarem o mecanismo. A um piano assim alterado chama-se piano preparado.
Teclado do piano
Praticamente todos os pianos modernos têm 88 teclas (sete oitavas mais uma terça menor, desde o lá 0 (27,5 Hz) ao dó 8 (4978 Hz)). Muitos pianos mais antigos têm 85 (exatamente sete oitavas, desde o lá 0 (27,5Hz) ao lá 7 (3520 Hz)). Também existem pianos com 8 oitavas, da marca Bosendörfer, austríaca. As teclas das notas naturais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si) são brancas e as teclas dos acidentes (dó#, ré#, fá#, sol# e lá# na ordem dos sustenidos e as correspondentes ré♭, mi♭, sol♭, lá♭ e si♭ na ordem dos bemóis são da cor preta. São feitas em madeira, sendo as pretas de revestidas geralmente por ébano e as brancas de marfim ou material plástico.
Pedais
Os pianos têm geralmente dois ou três pedais, sendo sempre o da direita o que permite que as cordas vibrem livremente, dando uma sensação de prolongamento do som. Permite executar uma técnica designada legato, como se o som das notas sucessivas fosse um contínuo. O pedal esquerdo é o chamado una corda. Despoleta nos pianos de cauda um mecanismo que desvia muito ligeiramente a posição dos martelos. Isto faz com que uma nota que habitualmente é executada quando o martelo atinge em simultâneo três cordas soe mais suavemente, pois o martelo atinge somente duas. O nome una corda parece assim errado, mas nos primeiros pianos, mesmo do inventor Cristofori, o desvio permitia que apenas uma corda fosse percutida. Nos pianos verticais o pedal esquerdo consegue obter um efeito semelhante ao deslocar os martelos para uma posição de descanso mais próxima das cordas.
O pedal central, chamado de sostenuto possibilita fazer vibrar livremente apenas a(s) nota(s) cujas teclas estão acionadas no momento do acionamento dos pedais. As notas atacadas posteriormente não soarão livremente, interrompendo-se assim que o pianista soltar as teclas. Isso possibilita sustentar algumas notas enquanto as mãos do pianista se encontram livres para tocar outras notas, o que é muito útil ao realizar, por exemplo, passagens em baixo contínuo. O pedal sostenuto foi o último a ser incrementado ao piano. Atualmente, quase todos os pianos de cauda possuem esse tipo de pedal, enquanto entre pianos verticais ainda há muitos que não o apresentam. Muitas peças do século XX requerem o uso desse pedal.
Em muitos pianos verticais, nos quais o pedal central de sostenuto foi abolido, há no lugar do pedal central um mecanismo de surdina, que serve apenas para abafar o som do instrumento.
Recentemente os chamados pianos elétricos passaram por uma grande evolução. Têm exatamente o mesmo número de teclas do piano acústico e se aproximam cada vez mais do seu som. Muitos possuem ainda sons de outros instrumentos musicais, como os teclados eletrônicos. O 'som' do piano elétrico é na verdade uma gravação do 'som autêntico' de um piano, por isso, cada vez que se toca uma tecla, o 'som' é reproduzido em teclas chamadas de 'sensitivas', pois simulam a intensidade sonora do piano convencional.
A afinação de um piano
Os afinadores de piano não afinam; desafinam (temperam) de uma maneira controlada

Os martelos e as cordas do piano
Não é possível num instrumento com teclado ou com trastos obter quintas, terças e oitavas todas «justas» no sentido físico do termo, ou seja, perfeitamente consonantes. Em outras palavras, se afinarmos todas as quintas sem batimento, haverá batimentos para a oitava. E as terças não serão justas. Para chegar a oitavas perfeitas, o afinador tem que encurtar uma ou mais quintas. O temperamento de uma escala é exatamente o ajuste dos intervalos entre as notas, afastando-os do seu valor natural «harmônico», para fazer com que os intervalos caibam numa oitava.
No sistema de temperamento igual, que é o adotado atualmente no ocidente, os intervalos de quinta, terça e quarta não são perfeitamente consonantes. Mas o seu batimento é bem suportável e o ouvido contemporâneo já se habituou a ele. Só as oitavas são perfeitas.
Hoje em dia, depois de afinarem bem cada quinta, os afinadores encurtam-na ligeiramente temperando-a até que se ouça uma flutuação distinta de volume que tem um som «ondulante» - o que se chama um batimento. Na oitava central do piano, as quartas e quintas devem soar com aproximadamente um batimento (uma ondulação) por cada 2 segundos, enquanto as terceiras maiores e as terceiras menores devem criar aproximadamente 3 batimentos por segundo.
Os bons afinadores de piano aumentam as oitavas nos graves e nos agudos, para terem em conta as características da percepção auditiva humana. O que acontece é que o material com que são feitas as cordas provoca a existência de harmônicos ligeiramente mais elevados dos que correspondem a razões de inteiros, o que faz com que uma oitava só soe bem se for ligeiramente aumentada stretched oitave. Tipicamente, as oitavas mais graves acabam por ficar cerca de 35 centímetro mais curtas e as mais agudas 35 centímetro mais longas do que a oitava central. O efeito é menor num piano de cauda, por ter cordas mais longas.
E não se deve de fato usar um temperamento igual nos agudos. Porque, com um temperamento igual, se executarmos passagens menos rápidas nas regiões agudas, usando 3ªs, já surgem cerca de 40 batimentos por segundo o que cria uma espécie de linha de baixo fundamental abominável, muito perto do verdadeiro baixo, que soa como se estivesse a ser tocada num instrumento desafinado.
É de referir que um piano normalmente fica, pelo menos, ligeiramente desafinado quando é transportado ou quando é sujeito a fortes correntes de ar.

Um pouco sobre o Violoncelo



O violoncelo é um instrumento da família das cordas.Tocado geralmente com arco, possui quatro cordas afinadas em quintas. O instrumento pertence à sub-família dos violinos, que engloba os instrumentos orquestrais de quatro cordas afinadas em quintas. Essa família se diferencia da família da viola (da qual faz parte o contrabaixo) tanto pela afinação, que ali se dá em quartas em vez de quintas, tanto pela forma diferenciada do instrumento.
A característica padrão do instrumento foi estabelecida por Stradivaius em 1680.A partir dos Concertos Espirituais de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista, e não somente como um instrumento para compor o naipe de cordas.
Pelo seu tamanho, deve ser tocado apoiado ao chão por meio de um espigão, haste de metal em sua extremidade. Para tocá-lo, o músico deve estar sentado, com as pernas afastadas, com o instrumento entre os joelhos e o braço do violoncelo repousando sobre o ombro (embora algumas pessoas experimentem outras posições, o que não é recomendado, já que poderá ocasionar lesões a coluna vertebral).
As grandes orquestras utilizam entre oito e doze instrumentistas de violoncelo no naipe, dependendo, para isso, do período histórico e estético da orquestra.
O violoncelo è um instrumento constituído de muitas partes, principalmente de madeiras como: abeto, bordo e ébano. Alguns componentes (como o espigão) e pequenos detalhes podem ser feitos de aço e borracha ou outros materiais.

Curiosidades
O violoncelo mais caro do mundo é um Stradivarius, vendido na Chistie’s em 1999 por 710 000 euros.
Atualmente existem 60 violoncelos feitos por Stradivari. Em Outubro de 2008 foi leiloado na internet um violoncelo de Stradivari conhecido no mundo musical como Fleming. O nome do instrumento deve-se a que o seu último proprietário foi a falecida violoncelista britânica Amaryllis Fleming (falecida em 1999), meia irmã do criador de James Bond, Ian Fleming, e filha do pintor britânico Augustus John.
O Fleming, fabricado em Cremona, em 1717, sofreu alguns danos, provavelmente em meados do século XVIII em Madrid, e foi restaurado pelo espanhol José Contreras, o mais reputado especialista do seu tempo.
O instrumento viajou para a Grã-Bretanha, segundo se crê, durante as guerras napoleônicas e em 1893 foi vendido a Emil Hanna, um conhecido negociante de arte alemã. Passou depois por várias mãos, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e acabou na posse de Amarillys Fleming.

Programa do Concerto do dia 06 de maio

Música na Escola de Música
Apresenta



Francisco Orrù, violoncelo
Elaine Milazzo, piano
Dia 06/05 – 09:20
Francisco Orrù, violoncelo
Mestre em Performance Musical pela UFG (2006). Iniciouseus estudos na Escola de Música de Brasília sob a orientação do Prof. Athaide de Mattos, prosseguindo com Antonio Guerra Vicente na UNB e Alceu Reis na Uni-Rio.Estudou também com violoncelistas renomados como Antonio Meneses, Anatoly Krastev, Joel Krosnick eJ ohannes Gramsch. Foi primeiro violoncelo da Orquestra Jovem de Brasília, da Orquestra Filarmônica de Brasília,da Orquestra Sinfônica da Universidade de Brasília e da Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe. Atualmente é professor de violoncelo e Música de Câmara da Escola de Música de Brasília. Atua também como violoncelista na Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Membro do Quarteto de Cordas Itamaraty e do Trio Mousikê. Recentemente foi selecionado para o curso de Doutorado em Música da University of Mississipi – EUA.

Elaine Milazzo, piano
Mestre em Práticas Interpretativas pela UFRGS sob a orientação artística do pianista Dr. Ney Fialkow e orientação acadêmica da Prof. Dra. Any Raquel Carvalho.Natural de Brasília, iniciou seus estudos de piano aos sete anos na Escola de Música de Brasília com Daniela do Valle Mendes e posteriormente com Alda de Mattos. É licenciada em educação artística/música e Bacharelado em piano pela UNB, onde foi aluna do prof. Ney Salgado. Em 1989 recebeu o prêmio de melhor confronto e 2º lugar na sua categoria no I Concurso Interno da Escola de Música de Brasília em homenagem a Claudio Santoro. No I Concurso Internacional Honorina Barra em Curitiba, 1997 ficou em 3º lugar em sua categoria e recebeu o prêmio intérprete de Claude Debussy. Foi semifinalista no Concurso Sul Americano de Piano, seletiva à Gina Bechauer Piano Competition em Goiania, 2001, obtendo o prêmio Camargo Guarnieri de melhor interpretação de música brasileira. Atualmente é professora de piano e atua em diversos projetos de piano solo e música de Câmara na cidade.
PROGRAMA


Nicholai Miaskovsky

Sonata N. 1 em Ré maior Op. 12
(1911 rev. 1945)

1. Adagio – Andante

2. Allegro passionato


Johanes Brahms

Sonata N. 1 em mi menor Op. 38
(1862-5)

1. Allegro non Troppo

2. Allegretto quasi Minuetto – Trio

3. Allegro


Notas de Programa:

Composta em 1911 e revisada pelo autor em 1945 a Primeira Sonata é do período em que Miaskovsky iniciou seus estudos no Conservatório São Petersburgo, já como um aluno maduro, após largar os estudos de engenharia no exército. Estudou com Rimsky-Korsakov e Liadov e era colega do jovem Prokofiev. O ano de 1911 foi bom para Miaskovsky. Ainda não havia terminado seus estudos Conservatório mas sua música já recebia reconhecimento, com a estréia de seu poema sinfônico “Silêncio” em Moscou. Ele havia terminado a primeira de suas 27 sinfonias e já iniciado a segunda. A primeira Sonata para cello e piano é característica dessa fase, mostrando grande influência da música francesa assim como da russa e tendo o mesmo conceito melódico usado por Rachmaninov em sua sonata para cello e piano composta dez anos antes, constituindo com esse uma trilha de continuação e desenvolvimento de uma forma de compor russa. Os dois movimentos são ligados e o tratamento dado aos temas definem o aspecto cíclico da obra. Tanto suas sinfonias que hoje voltaram ser executadas, como suas sonatas e concertos são uma grande redescoberta de um repertório pouco visitado nos últimos 50 anos.



A sonata para violoncelo em mi menor Op. 38 de Brahms deve muito de seu material temático a J.S. Bach. O tema do primeiro movimento é relacionado ao Contrapunctus 3 da
“Arte da Fuga” e o tema do terceiro movimento possui grandes semelhanças com o Contrapunctus 13 da mesma obra. É certo que o caráter geral da obra e feito no estilo fugato. A estrutura do primeiro movimento é na tradicional forma sonata mas o posicionamento dos instrumentos e as relações entre eles são surpreendentes. O
violoncelo age as vezes como base da estrutura harmônica no registro grave enquanto o piano se encontra frequentemente com as duas mãos no registro agudo. Esta continua variação de disposição dos instrumentos, cria uma intima fusão das sonoridades do cello e do piano. O resultado é que não há mais a sensação continua de uma voz principal – a voz predominante está em frequente mudança. Outro aspecto insólito dessa sonata é que não há um movimento lento em oposição ao primeiro e terceiro. O segundo movimento é um minuetto, com sua clara forma dançante em ritmo ternário ao qual se oporá em
continuação uma valsa, algo como uma síntese de duas das mais importantes danças européias e que são unidas pelo refinamento temática e maestria de Brahms. O terceiro movimento é uma poderosa fuga, um movimento dramático com uma parte contrastante
em mi maior. A tensão aumenta até uma coda em que se acelera intensamente até o final. Essa sonata foi editada em 1865 por Simrock.

Comentários: Francisco Orru

segunda-feira, 27 de abril de 2009

CONVITE - Concertos na Cidade Temporada 2009



Série” Concertos na Cidade” - Temporada 2009

Os concertos acontecem mensalmente sempre às quartas-feiras às 20h30min, no SESC Cidadania. Com a Coordenação Geral da Profa. Ana Flávia Frazão e a Direção Artística da Profa. Gyovana Carneiro este é o quarto ano que a série acontece. Já estão agendados diferentes concertos com variadas formações com músicos locais, nacionais e internacionais para o ano de 2009. O concerto deste mês será:


Data: 06/05/2009

Hora: 20h30min horas

Local: SESC CIDADANIA

Avenida C 197qd. 489 Lt. 01/21 Jardim América
Entrada Franca

Coordenação Geral: Ana Flávia Frazão
Direção Artística: Gyovana Carneiro


Para maiores informações:
Gyovana 9972-71-80
Ana Flávia 9971-3889
Concerto de Piano e Gaita
Grande concerto com obras de Villa-Lobos, Guerra-Peixe, G.Gershwin e Piazzolla, com os premiados músicos cariocas José Staneck, gaita e Flávio Augusto, piano

José Staneck, gaita
Misturando influências diversas, José Staneck desenvolve um estilo próprio onde elementos tanto da música de concerto quanto da música popular brasileira e do jazz se fundem a serviço de uma sonoridade e expressividade marcante. Estudou harmônica com Maurício Einhorn, harmonia funcional com Isidoro Kutno e análise estética com o maestro e compositor H. J.Koeullreutter. Em 2007, obteve o título de Mestre em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. Venceu o I Concurso da Sociedade Brasileira de Jazz em 85, e a I Copa People de Música Instrumental em 88. Em duo com o violonista Paulo Rogério Viana gravou um disco dedicado à obra de Tom Jobim, e levou a música brasileira a Portugal,Washington e Angola. Como integrante do grupo Jazz Brazzil gravou dois discos. Ao lado de grandes músicos como Laís Figueiró, Cristina Braga, Sheila Zagury, Jerzy Milewski, duo Santoro de violoncelos e Flavio Augusto, vem desenvolvendo um trabalho camerístico de muita beleza e criatividade. Com o pianista Luiz Avellar gravou o CD “Pés Descalços” – ainda inédito.Trabalhando na construção de um repertório específico para a harmônica já lhe foram dedicadas algumas obras por importantes compositores. Para cinema, gravou ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, para a trilha sonora do filme “Uma vida de paixão” do cineasta Zelito Viana sobre a vida de Villa-Lobos; "Os desafinados" de Walter Lima Jr; e participa da trilha do curta metragem "Nós somos um poema", sobre o encontro entre Pixinguinha e Vinicius de Moraes. Em 2006, lançou seu primeiro CD solo – “A Poética de uma Harmônica Brasileira”. Vem se apresentando ao lado de importantes orquestras brasileiras como: Sinfônica Brasileira, Petrobrás Sinfônica,Paraíba, Bahia, Porto Alegre, Nacional, Recife, Curitiba, Goiás e Espírito Santo. No final de 2004, gravou com a Orquestra Sinfônica Nacional de Lima - Peru, o “Concerto para harmônica e orquestra” de H. Villa-Lobos. Como diretor durante 15 anos da Musiarte Curso Integrado de Música, desenvolveu importante trabalho na área do ensino, e atualmente com o apoio e patrocínio da Fábrica de Harmônicas Hering, viabiliza um trabalho social de inclusão cultural, atendendo a comunidades carentes e projetos sociais, levando o ensino de música através da “gaitinha”, para crianças em diversas locais do Brasil.


Flávio Augusto, piano
Detentor de 28 primeiros prêmios em Concursos Nacionais e Internacionais de Piano, em 1988, tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar o 1º lugar do Concurso Internacional de Piano “Villa-Lobos”, no Rio de Janeiro. Natural de Poços de Caldas (MG), iniciou seus estudos de piano aos quatro anos de idade, tendo como professores os pianistas Homero de Magalhães, Gilberto Tinetti e Myrian Dauelsberg. Concluiu os cursos de Bacharelado em *Piano* e Licenciatura Plena em *Música* pelo Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro; Pós-Graduação em *Filosofia* pela Universidade Estadual de Montes Claros, MG; e Mestrado em *Práticas Interpretativas* pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde os treze anos têm sido solista das principais orquestras do País. No Brasil, já se apresentou em quase todos os Estados, atuando isoladamente ou ao lado de grandes cantores e instrumentistas. No exterior, já se apresentou em importantes salas de concerto nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Itália, Espanha, Portugal, Bélgica, Áustria, Finlândia, Londres, Nova Zelândia, Venezuela, Chile e Paraguai. Em 1990, gravou seu primeiro disco com os “Prelúdios para Piano” do compositor francês Claude Debussy. Fez também a primeira gravação mundial dos “50 Estudos para Piano” do compositor Cramer. Gravou o CD “Arco & Tecla” com o violinista Ricardo Amado e o CD “Impressões Brasileiras” com o violinista Daniel Guedes. É também integrante do premiado *Trio Aquarius* (juntamente com o violinista Ricardo Amado e do violoncelista Ricardo Santoro) – com quem já gravou dois CDs dedicados a compositores brasileiros. Foi professor do Conservatório Estadual de Música “Lorenzo Fernândez” e do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Montes Claros (MG). Em setembro de 2004, passou em 1º lugar no concurso público para “Pianista” da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).Nesta mesma instituição, foi Professor Substituto de Piano nos anos de 2006 e 2007. É frequentemente convidado para participar como jurado dos mais importantes concursos nacionais de piano, assim como ministrar aulas nos principais Festivais de Música do país.
José Staneck, gaita
Flávio Augusto, piano

PROGRAMA
C.Guerra-Peixe-(1914-1993)
Três Peças:
Galope
Reza de defunto
Toque "jêje"
Drummondiana:
Qualquer tempo
Festa no brejo
De viola e rabeca (Mourão)

H.Villa-Lobos - (1887-1959)
Valsa da Dor
O Trenzinho do Caipira

G.Gershwin - (1898-1937)
Suíte sobre a ópera "Porgy and Bess":
Summertime/A woman is a sometime thing
My man's gone now
Bess, you is my woman now
It ain't necessarily so
There is a boat leaving

A.Piazzolla - (1921-1992)
Meditango
Inverno e Verão (das "Quatro Estações Portenhas")

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Um pouco sobre a Big Band


Big Band é uma expressão da lingua inglesa a que indica um grande grupo instrumental associado ao Jazz. Esse tipo de formação foi muito popular nos anos 20 aos anos 50, período que conhecido como a Era do Swing. Uma Big Band consiste, basicamente, de 12 a 25 músicos e contém saxofones, trompetes, trombones, guitara, bateria, baixo e piano, podendo ainda admitir outros instrumentos que variam de uma banda a outra. Os termos banda de jazz, orquestra de jazz e dance band, também são usados.
O jazz tocado pelas Big Bands possui, geralmente, arrajos bastante elaborados, os arranjos são escritos na partitura, lá, os solos e improvisações são executados nos momentos determinados no arranjo.
Foto Banda Pequi

Programa do concerto do dia 22 de abril

Música na Escola de Música
Apresenta

Banda Pequi
Dia 22/04 /2009


Em seu nono ano de atividade a Banda Pequi comemora um feito um tanto pouco tardio, que é a gravação de seu primeiro CD. Talvez a demora em gravar tenha uma razão maior. Esse é o momento! O CD terá a participação de Nelson Farias, Kiko Freitas, Ney Conceição e Leila Pinheiro, que nos brinda com sua voz encantadora em 4 canções. O projeto surgiu a partir de uma apresentação que fizemos no último festival Canto da Primavera e se encontra em fase final de captação das músicas, com previsão de lançamento para o início do próximo semestre.
Outro feito muito comemorado pela coordenação do projeto é a contratação pela Escola de Música dos Prof. Johnson Machado (saxofone e clarineta), Tonico Cardoso (trompete), Fabiano Chaves (guitarra e violão popular) que passam a integrar as coordenações de naipes. É um enorme avanço no que diz respeito ao processo pedagógico aplicado pelo projeto, onde os ensaios de naipes passam a ter vital importância no aprimoramento musical da banda.
É isso, nove anos de vida, de experiências e vivências, podemos visualizar mais nove anos pela frente. Quando esse projeto foi idealizado pelo querido mano Alexandre Magno e por mim, tínhamos a certeza de estar plantando o projeto certo, a semente boa. O Pequi nasceu e colhemos seus frutos.



PROGRAMA



Musicas Compositor Arranjo

Estamos Ai Mauricio Einhorn Nelson Faria
Jirau Rafael dos Santos Rafael dos Santos
Fly 321 Edson Rodrigues Edson Rodrigues
Ioiô Nelson Faria Nelson Faria
Brooklin High Nelson Faria Nelson Faria



Coordenação geral, regência e direção musical:
Jarbas Cavendish
Coordenação de naipes:
Saxofone: Johnson Machado
Trompete: Tonico Cardoso
Trombone: Alexandre Magno
Base: Fabiano Chagas

Saxofones
1° Alto - Antonio Alves (FOKA)
2° Alto - Marcus Graciano
2° Alto – André Monteiro
1° Tenor – Everton Luiz (flauta)
2° Tenor – Felipe Jonathas
Barítono - Marcos Silas
Clarinete, Sax – Johnson Machado

Trombones
1° Tb. - Kalebe Pinheiro
2° Tb. - Jackes Douglas
3° Tb. – Danilo da Silva
Tb. Baixo – Magno Souza

Trompetes
1° Tp – Tonico Cardoso
1° Tp. - Gilson Pires
1° Tp. - Elias da Veiga
2° Tp. – Wesley Ribeiro
3° Tp. - Manassés Barros
4° Tp. - Welignton Silva
Rogério Pinheiro
Piano
Everson Bastos
André Cordeiro

Guitarra
Fabiano Chagas
Daniel Vieira

Bateria/Percussão
André Prado
Marcelo Rezende

Baixo
Érica Fernanda
Leonardo Araújo










terça-feira, 14 de abril de 2009

Para melhor ENTENDER O CONCERTO DE PIANO E ELETROACÚSTICA

Para melhor ENTENDER O CONCERTO DE PIANO E ELETROACÚSTICA

TEXTO DE Fernando Iazzetta

A história da música eletroacústica tem seu marco inicial em outubro de 1948 com a difusão do Concert de Bruits pela Radiodiffusion-Télévision Française, RTF. As obras apresentadas eram uma série de pequenos estudos musicais realizados por Pierre Schaeffer na RTF e que refletiam seu interesse pelo som e suas propriedades musicais e acústicas, investigadas desde 1942 no Studio d’Essai (que em 1946 passaria a se chamar Club d’Essai), dirigido pelo próprio compositor. O material utilizado por Schaeffer eram gravações de sons de origens diversas (passos, vozes, máquinas), que eram posteriormente trabalhados e remontados no estúdio. Schaeffer iria cunhar o termo musique concrète em 1948 para designar essa música realizada a partir do material sonoro gravado e trabalhado experimentalmente por meio de montagens, colagens e outros tipos de transformações (por oposição a uma concepção tradicional de música que partia de abstrações sonoras preconcebidas, as quais podiam ser notadas em uma partitura e realizadas posteriormente por meio de instrumentos musicais).Na mesma época Werner Meyer-Eppler, foneticista e especialista em acústica do Instituto de Fonética da Universidade de Bonn, Alemanha, realizava experiências com síntese sonora, ao mesmo tempo que especulava sobre sua possível aplicação em música. Em 1951, Meyer-Eppler e o compositor Herbert Eimert juntaram-se a Robert Beyer, da Nordwestdeutscher Rundfunk, NWDR, para criar o estúdio de Colônia onde se desenvolveria a elektronische musik (música eletrônica). Embora usassem técnicas de gravação e montagem semelhantes às realizadas nos estúdios da RTF em Paris, essas técnicas eram aplicadas apenas a sons de origem eletrônica, gerados por osciladores elétricos. O material sonoro (basicamente ondas sinusoidais e ruídos) era manipulado por meio de processos de síntese, modulação de amplitude, filtragem e reverberação e, depois, fixado em fita magnética. Em 1953, a convite de Eimert, Karlheinz Stockhausen torna-se membro do estúdio e um de seus principais colaboradores, vindo a desempenhar um papel definitivo na produção da música eletroacústica. O interesse de Eimert pelo método serial dodecafônico e a colaboração de compositores como Stockhausen, Karel Goeyvaerts, Gottfried Michael Koenig e Henri Pousseur, todos eles preocupados com o desenvolvimento de um pensamento serial, levou o estúdio de Colônia a ser identificado com a estética da música pós-weberiana.Durante as décadas de 50 e 60 diversos estúdios, laboratórios e centros de pesquisa dedicados à produção musical por meios tecnológicos foram se formando por todo o mundo. Apesar da forte polarização estética e ideológica exercida pelas músicas concreta francesa e eletrônica alemã nessa fase inicial, rapidamente os compositores passaram a juntar os procedimentos das duas correntes em suas obras e o termo música eletroacústica, introduzido em meados da década de 50, passou a denominar de modo mais genérico toda a produção musical que envolvia a utilização de meios eletroeletrônicos.No Brasil, ao contrário de outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Venezuela, as experiências eletroacústicas demoram a se estabelecer. Apesar disso, já no início dos anos 50 o compositor Reginaldo de Carvalho obteve uma bolsa para ir a Paris, onde estudou com Paul Le Flem e realizou estágio de música concreta no antigo Centre Bourdan, com Pierre Schaeffer. Interessado pelas técnicas da música concreta, compôs em 1956 as primeiras obras eletroacústicas brasileiras (Sibemol, Temática e Troço I). De volta ao Brasil, Carvalho dirigiu o Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, que se tornou um centro para pesquisa e divulgação da música experimental. É lá que outro precursor da música eletroacústica brasileira, o compositor Jorge Antunes, encontra espaço para desenvolver suas pesquisas em música eletrônica, compondo no início da década de 60 as primeiras peças brasileiras realizadas com sons eletrônicos (Pequena Peça para Mi Bequadro e Harmônicos, 1961; e Valsa Sideral, 1962).Apesar dos trabalhos pioneiros de Carvalho e Antunes e, posteriormente, de Jocy de Oliveira e do músico uruguaio radicado no Brasil Conrado Silva, a música eletroacústica demorou a encontrar espaço na produção artística brasileira. A dificuldade de acesso a equipamentos de custo proibitivo, aliada a uma postura tradicionalista que reinava nas instituições de ensino musical, fizeram com que a produção eletroacústica demorasse a deslanchar, e boa parte das composições realizadas nesse período deve-se à iniciativa de compositores que trabalhavam isoladamente e de modo precário em estúdios improvisados. É somente por volta dos anos 70 que se observa o início de uma produção mais regular e consistente a partir do envolvimento de outros compositores, como Rodolfo Caesar e Vania Dantas Leite, com a prática eletroacústica.Durante as décadas de 70 e 80 surgem os primeiros cursos de música eletroacústica em universidades brasileiras, os quais passam a despertar o interesse de uma nova geração de estudantes, ainda que o acesso à tecnologia necessária para a criação eletroacústica permanecesse restrito. É só a partir do fim dos anos 80, com o relativo barateamento dos equipamentos eletrônicos e o acesso aos computadores pessoais, que finalmente a produção eletroacústica pode expandir-se no país. Em 1981, surge o Estúdio da Glória, no Rio de Janeiro, como uma iniciativa pioneira na criação de um espaço independente para a produção eletroacústica, da qual participaram diversos compositores, entre eles Tim Rescala e Rodolfo Caesar.Nos anos 90 a criação de estúdios e laboratórios em diversas universidades brasileiras dá impulso decisivo à produção de música eletroacústica. Em 1994, o compositor Flô Menezes funda o Studio PANaroma, num convênio entre a Unesp e a Faculdade Santa Marcelina, onde se desenvolve uma atividade regular de pesquisa e criação musical de grande importância na consolidação da música eletroacústica no Brasil. Outros centros de pesquisa e criação, como o Laboratório de Linguagens Sonoras, LLS, da PUC/SP (atualmente dirigido pelo compositor Silvio Ferraz), o Laboratório de Música e Tecnologia, LaMut, da UFRJ (dirigido pelos compositores Rodolfo Caesar e Rodrigo Cicchelli Velloso), o Laboratório de Acústica Musical Informática, Lami, da ECA/USP (dirigido por Fernando Iazzetta e Marcos Lacerda), entre outros, têm oferecido um ambiente de amplo desenvolvimento das práticas eletroacústicas e sinalizam a crescente aproximação da atividade musical com os meios tecnológicos eletroeletrônicos.Outra iniciativa relevante foi a formação do Núcleo de Computação e Música, Nucom, em 1993, por iniciativa de músicos e pesquisadores como Geber Ramalho, Eduardo Miranda, Maurício Loureiro e Aluisio Arcela. Esse grupo estabelecido de maneira quase informal possibilitou, entre outras coisas, a realização anual dos Simpósios Brasileiros de Computação e Música, que promoveram o intercâmbio da comunidade nacional de pesquisadores na área da computação musical, bem como sua aproximação com músicos e compositores estrangeiros, especialmente latino-americanos. De grande importância foram também os Encontros de Música Eletroacústica, realizados por iniciativa de Jorge Antunes em Brasília nos anos de 1994 e 1997, bem como as Bienais Internacionais de Música Eletroacústica, Bimesp, e os Concursos Internacionais de Música Eletroacústica de São Paulo, Cimesp, por iniciativa de Flô Menezes.Atualmente, a disseminação de computadores pessoais com recursos de áudio e a facilidade para se montar um home-studio estão impulsionando o surgimento de uma nova geração de músicos interessados no uso de tecnologias eletrônicas e digitais aplicadas à música, embora na maioria das vezes esse músicos estejam mais envolvidos com as práticas da música popular do que com a estética eletroacústica. Apesar disso, hoje contamos com uma produção significativa em termos quantitativos e qualitativos e que começa a ter reconhecimento nos círculos musicais brasileiros e no exterior. Entretanto, falta ainda a realização de um trabalho de mapeamento amplo e, principalmente, de registro dessa produção que tem a maior importância na composição da história da música brasileira realizada nas últimas décadas.


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Programa do Concerto de 15 de abril de 2009

Música na Escola de Música
Apresenta
Luciane Cardassi, música para piano e sons eletrônicos
Dia 15/04 – 09:20
Teatro da EMAC/UFG
Pianista paulista, Luciane Cardassi se destaca como intérprete da música contemporânea para piano, tendo premiado obras compostas por compositores brasileiros e internacionais. Luciane é Doutora em Música Contemporânea pela University of California, San Diego (UCSD), Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharel em Música pela Universidade de São Paulo (USP). Desde setembro de 2008, a pianista vem desenvolvendo projetos em colaboração com compositores e artistas plásticos no Banff Centre for the Arts no Canadá. Como resultado desse trabalho, Luciane tem se apresentado como recitalista e palestrante em várias universidades no Canadá e no Brasil. Ela descreve seu trabalho como: “o foco do meu trabalho é a investigação de novos caminhos de expressão e criação de novas obras artísticas. O aspecto mais interessante do meu trabalho como pianista é fazer parte do processo criativo, não se restringindo a obras do passado, ao contrário, fazendo parte da criação do futuro”.

PROGRAMA

…onde serene…

música para piano e sons eletrônicos

-Estudo de um piano (2008) for prepared piano and tape Chantale Laplante


-Elements (2009) Catherine Thompson/ Luciane Cardassi


…sofferte onde serene… (1976) for piano and magnetic tape Luigi Nono


-The Body of Your Dreams (2002) for piano and boombox Jacob Ter Veldhuis


terça-feira, 7 de abril de 2009

Para melhor entender o concerto de violão

O violão
No nosso idioma é o único em que o instrumento é designado com palavra de origem latina (viola e violão provém do dialeto provençal). Nas demais línguas o étimo é grego (khitara – daí descendem tanto a cítara como a guitarra).
O violão que conhecemos hoje, de seis cordas, surgiu no final do século XVIII. Nesse período o instrumento ganhou a sexta corda (a mais grave) e vários detalhes. Eis os mais importantes: tarrachas mecânicas com rosca-sem-fim (em substituição às cravelhas), trastes fixos feitos de metal (os antigos eram simples pedaços de corda amarrados em torno do braço); boca de ressonância (em substituição às elaboradas rosetas de antigamente) e cavalete mais alto.
Outra alteração importante ocorrida na virada do século XVIII envolve a maneira como a música para violão é escrita. Até então usava-se apenas tablaturas, que são representações gráficas das cordas e casas do instrumento, sem muitos detalhes. A partir do século XIX o violão passa a se valer de partituras. De uma certa maneira, as tablaturas sobrevivem hoje no universo da música popular, na forma das cifras que são vendidas em bancas de jornal.
Compositores
Johann Kaspar MERTZ
(1806-1856)
Guitarrista, flautista e compositor austríaco, Johann Kaspar Mertz alcança em 1856 o primeiro prêmio de composição para violão do concurso internacional organizado em Bruxelas por Nikolai Makaroff.

william Walton
(1902-1983)
considerado o mais importante inglês compositor de sua geração, com um estilo único construído sobre a estrutura clássica, melodias líricas e harmonia dissonante.

Joaquín Turina Pérez
(1882 - 1949)
Nasceu em Sevilha, compositor, pianista profissional professor de composição, crítico de música e escritor. Depois de ter sido pianista em Sevilha, estudou em Madrid e na Schola Cantorum de Paris. Voltou a Madrid quando em 1914 estalou a Grande Guerra e na capital espanhola fez quase toda a sua carreira.Em Madrid, conheceu Manuel de Falla, de quem recebeu a primeira influência musical. Os dois seriam os primeiros compositores do sinfonismo espanhol contemporâneo, corrente de inspiração nacionalista que desenvolveu as bases que tinham sido assentes por Isaac Albéniz.

Ronaldo Miranda
Nasceu no Rio de Janeiro em 1948.
Seu primeiro trabalho relacionado à carreira musical foi como crítico de música no Jornal do Brasil. Iniciou sua carreira como compositor em 1977, ao receber o 1º Prêmio no Concurso de Composição para a II Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Sala Cecília Meireles, na categoria de música de câmara.
No ano seguinte, representou o Brasil na Tribuna Internacional de Compositores da Unseco. Foi condecorado com o título de Cavaleiro da Ordem de Artes e Letras, pelo ministério da cultura da França em 1984 e recebeu numerosos prêmios durante toda sua carreira. É o autor da sinfonia 2000, encomendada pelo ministério da Cultura para comemorar os 500 anos de descobrimento do Brasil. Atualmente é professor de composição da USP.

Links para você ouvir as seguintes obras do concerto:

William WALTON
- Five Bagatelles
http://www.youtube.com/watch?v=GDsGPVJxyB8


Ronaldo MIRANDA
- Appassionata
http://www.youtube.com/watch?v=1pArOKRqI1Q

Programa do Concerto de 08 de abril de 2009


Música na Escola de Música
Apresenta


Márlou Peruzzolo vieira, violão
Dia 08/04 – 09:20




Márlou Peruzzolo, Violão

Nascido em Bagé/RS, Márlou Peruzzolo teve suas primeiras lições de música em sua cidade natal. Em 2007 concluiu o Bacharelado em Música - Violão na Universidade Federal de Santa Maria/RS sob orientação do professor Krishna Salinas. Nesta instituição foi monitor da oficina de violão no curso de extensão durante o ano letivo de 2007.

Foi selecionado para participar de diversos cursos no Brasil e Argentina, tendo estudado com renomados violonistas da atualidade, como Eduardo Issac (Argentina) e Eduardo Fernández (Uruguai). Participou também de oficinas de composição ministradas por João Pedro Oliveira (Portugal) e Ronaldo Miranda (Brasil).

Já se apresentou em recitais solo e de música de câmara em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Distrito Federal, já tendo atuado como solista frente a Orquestra Sinfônica de Santa Maria sob a regência de Marco Antônio Penna. Em 2007 foi contemplado com Menção Honrosa no XI Concurso Nacional de Violão Musicalis, em São Paulo/SP.

Atualmente é professor substituto na Universidade Federal de Goiás e cursa o mestrado em Performance Musical na mesma instituição sob orientação do professor Dr. Eduardo Meirinhos, tendo sido aprovado em primeiro lugar no processo de seleção.










PROGRAMA

Johann Kaspar MERTZ
- Elegie

Leo BROUWER
- Tres Apuntes
I. De 'El Homenaje a Falla'
II. De un Fragmento Instrumental
III. Sobre un Canto de Bulgaria

William WALTON
- Five Bagatelles
I.Allegro
II. Lento
III. Alla Cubana
IV. Sempre espressivo
V. Con Slancio


Joaquin TURINA
- Fantasia Sevillana Op. 29

Ronaldo MIRANDA
- Appassionata